domingo, 9 de janeiro de 2011

O que me doía era olhar para trás.Mas,agora, quando olho meu reflexo, não o encontro. Cada segundo nasço, cada segundo desapareço

Com a minha necessidade de escrita, volto ao meu remoto espaço do qual não deveria ter abandonado por tempos. Acredito em dor passageira, em dor eterna, em dor que não dói.
A primeira, como antes, me adquirira, me subordinou e me dilacerou aos poucos, eu pertencia à ela e nada me pertencia, necessitava de forças e coragem para um plano falível na prática e teoria. A segunda, por sua vez, está em todos, escondida na alma, levando a culpa da justiça humana, a qual ninguém se atreve a mostrar ao irmão. A terceira, agora, é o que sou.
Sou uma dor, uma ferida no mundo. Sou a lágrima da dor, a alegria do malévolo, o sentimento desesperado em seu silêncio calmo sem energia, sem movimento aparente. Não sinto pois a sou, os outros me sentem pois sou algo indesejável visivelmente.
Sou teu tumor crescente nas fibras de teu coração. Ganho força de teu fraquejar, pois, apesar de estar em ti, não estou por ti.
Que vá ao pior lugar do mundo a minha parte sã. Não sou de ti, não me diga o que sabes, pois não sabes nada.

5 comentários:

Laís disse...

Desde que eu via você no FLAPI, desconfiava que fosses diferente e mais sensível que a maioria insensível de lá. Desculpe o comentário repentino na sua última postagem, mas não estava certa se ainda acessava o blog. Esse é o seu oficial?

E esse seu texto é muito superior e me deixou surpresa. Por favor, não deixe de expressar seus sentimentos por aqui. =)

Ana-Gates disse...

Olá Laís! pelo contrário, eu fico extremamente feliz de que, finalmente, pessoas que se parecem comigo comentem, dêem sua opinião...enfim, estou procurando o diferente para me sentir comum, falar das dores e felicidades do mundo! venha sempre aqui, por favor. Visitarei o seu blog sempre que possível

Laís disse...

Pode deixar. Me identifico muito com seus sentimentos, já estive nas mesmas situações, saí, e tudo continua muito parecido. Vou acompanhar esse blog, pode ser? Qual deles você atualiza mais?

Ana-Gates disse...

Obrigada! eu atualizo (muito)mais este aqui, o outro dá erro direto, ñ consigo postar fotos sem que o texto ñ se danifique, parei com ele desde então. =o

Mura disse...

Uma vez me disseram algo assim:
"Nothing is a cliché when it happens to you". Fato.
Digam o que quiserem, mas as dores são únicas e pessoais.
O problema é se afirmar como um problema: se você for um problema construído, feito de moda e senso comum, você será um herói digno de companhia. Se for um problema real e profundo será uma pessoa indesejável.

Tem um cara interessante que você pode procurar ler nas segundas feiras: Luiz Felipe Pondé.